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Artigo para NILLA revista:

 

Por que pagamos para ver? Literalmente...

 

“Pagar para ver” se não em Jogos de sorte ou azar, como o Truco normalmente não é o melhor caminho, mas ainda somos muito teimosos e resistentes à aprender com os erros dos outros e até mesmo com nossos próprios erros.

 

Vou explicar o que estou questinando...

Não tenho nenhuma intenção de  fazer apologia à sovinice, portanto não seria  o melhor caminho desdenhar ou negar as circunstâncias reais ou o momento presente que o nosso país e que muitas famílias se encontram, felizmente momento este de muita prosperidade econômica e muitas facilidades de consumo. É de extrema importância refletirmos sobre certas atitudes e valores onde poderemos ter conseqüências ruins para todos, caso haja um desprezo e desrespeito ao dinheiro. E como diz uma amiga: “Dinheiro não leva desaforo”.

 

Este assunto está em voga e mesmo assim não estamos fazendo nossa lição de casa, pelo menos não a maioria das famílias, por isto convido-os a colocar mais uma vez  em pauta este assunto em suas  rodas familiares e sociais: estamos exagerando na dose do consumo?

 

Vamos aprofundar este assunto: SE tempo é dinheiro, para ganhar dinheiro eu dou meu tempo. Meu tempo é minha vida, por isto tempo é vida, correto?

Vou explicar exemplificando: quando compramos algo não estamos somente pagando X pelo objeto de desejo e sim estamos dando nosso tempo de trabalho e com isto nossa vida. Com isto, devemos nos perguntar o quanto da minha vida vale este objeto? Poderia gastar este mesmo tempo/vida com outras coisas como ler um bom livro, estar mais tempo com minha esposa/marido/filhos ou amigos?

Se já sabemos de tudo isto, o que está por trás deste consumo desenfreado?

A forma como cada um consome está também relacionada a aspectos sociais, culturais e psicológicos, pois como o homem é multideterminado ele age por diversos fatores: pela consciência, identidade, referências, emoções e pelo inconsciente. E com isto,  pode tomar decisões equivocadas devido aos bombardeios de propagandas e acessibilidade atual. E ainda no aspecto psicológico, muitas vezes queremos  nos preencher de coisas, queremos mudar o externo, a aparência, nos autoafirmar vestindo marcas famosas e caras, andando em carrões, mas estas ações e reações não preenchem nossa carência afetiva. Talvez dê a sensação de poder temporário, que às vezes eleva a autoestima de algumas pessoas mas o fato é que estamos perdendo o equilíbrio entre o querer e o precisar, e para dar conta destes excessos teremos que dar muita Vida.

 

Lembram-se o que escrevi acima? Tempo – Vida – Dinheiro?

 

Não podemos ser inocentes, viver numa redoma e achar que de vez em quando não cometeremos erros e ainda achar que compraremos apenas o que precisamos, e não comprar apenas porque queremos. A grande sacada está no resgate de nosso equilíbrio e de nossa harmonia.

 

Somos nossas referências, portanto agimos de acordo com estas influências e alguns estudos nos mostram porque culturalmente agimos de determinada forma. Um estudo de Marsden mostra que temos uma grande tendência a fazer o que a maioria faz. Seguir esta maioria nos ajuda a diminuir a incerteza e ansiedade, pois se estão tomando a mesma decisão, certamente ela é a melhor.

Além de seguir a maioria, é comum ouvirmos as celebridades, não importa o que elas dizem. Por acreditarmos que elas são especialistas no assunto, dá-se muito crédito às “autoridades no assunto”. Um exemplo clássico é a participação de dentistas em propagandas de escovas de dente, por exemplo. Fica o alerta para selecionarmos com inteligência as “autoridades” que irão nos influenciar.

A raridade de um produto ou serviço também influencia na hora da escolha/compra. Recursos escassos sempre são mais valorizados, por isso, atribuímos mais valor a eles e buscamos a qualquer preço esta raridade, no fundo NÓS queremos ser raros para os outros e nos autoafirmar novamente.

Outro tópico que domina nosso consumo são as Redes sociais, onde  são uma vitrine de personalidades. Quem você segue, as comunidades que participa ou sobre o que você fala, dizem muito sobre você. Na hora de escolher um produto isso também influencia. Queremos passar uma imagem com o que vestimos e usamos e isto terá um preço e um valor, muitas vezes mais alto do que podemos pagar.

Por fim, a última característica apontada pela psicologia social é o comportamento nato do ser humano em retribuir favores. Se alguém nos faz um favor, é praticamente obrigação retribuir, é a famosa frase “te devo uma”. E gastamos nosso tempo/dinheiro/vida para retribuir estes favores, portanto, veja bem para que vai pedir favores.

É MUITO importante nos libertar destes fatores determinantes! Ser diferente e agir de forma diferente desta maioria dá muito trabalho, exige de nós, muita inteligência, equilíbrio emocional e resiliência para recomeçarmos cada vez que for preciso.

 

Neste exato momento estou escrevendo este artigo sentada em frente ao Lago Michigan, em Chicago e podemos perfeitamente finalizar nosso papo aprendendo com esta sociedade que devido a estes exageros não administrados com equilíbrio estão desde 2008 numa situação diferente do que estão acostumados. E gostemos ou não, somos direta ou indiretamente influenciados pela cultura americana. Este país é uma loucura no quesito consumo e devido a isto,  devemos tomar alguns cuidados, se ainda houver este tempo, para que não deixemos a “NOSSA BOLHA” estourar e aprender com os erros alheios.  E não pagar para ver...

 

Americanos a parte, fica o convite para que façamos uma breve análise de nossa própria “bolha”, comportamental  e econômica, onde o principal motivo é sofrer menos com nossas frustrações futuras e principalmente fazer com que nossos filhos aprendam a lidar com o dinheiro e com suas frustrações agora, preventivamente. Prevenção é SEMPRE o melhor remédio!

 

Um abraço carinhoso.

Fabiana Luckemeyer

            

Artigo:

Fabiana Luckemeyer 

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